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HEROIS DA SAÚDE

contemporaneo

(1904 - 2001)
Zilton Andrade
(1924 - XXXX)

Zilton Andrade

1924 XXXX
  • 1954 Ajudou a fundar a Sociedade Brasileira de Patologia.
  • 1964 Publicou o principal resultado de suas pesquisas sobre a modulação do granuloma na esquistossomose.
  • 1980 Primeiro Diretor do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz – Cpqgm (FIOCRUZ).
  • 1984 Chefe do Laboratório de Patologia Experimental, Cpqgm (FIOCRUZ).
Doutor Zilton Andrade toma posse na Academia Nacional de Medicina. Fonte: Fiocruz

Doutor Zilton Andrade toma posse na Academia Nacional de Medicina. Fonte: Fiocruz

Médico, parasitologista, Zilton de Araújo Andrade nasceu em Santo Antônio de Jesus no ano de 1924, graduou – se em medicina em 1950 foi chefe do Laboratório de Patologia Experimental (LAPEX) do Instituto Gonçalo Moniz (FIOCRUZ) e atuou como Professor Permanente dos Cursos de Pós-graduação em Patologia (UFBA-FIOCRUZ) e em Imunologia (UFBA). Seus principais interesses em pesquisa foram os modelos experimentais de fibrose hepática (Esquistossomose, fibrose septal associada com infecção por Capillaria hepatica no rato e cirrose por tetracloreto de carbono) e a patologia das doenças parasitárias, especialmente, a Esquistossomose e a Doença de Chagas.

Schistosoma mansoni (macho e femêa).Fonte:http://4.bp.blogspot.com

Schistosoma mansoni (macho e femêa).

Os estudos do Prof. Zilton promoveram um avanço considerável no conhecimento da patologia das doenças parasitárias endêmicas em nosso meio. As suas publicações relacionadas com a esquistossomose e a Doença de Chagas, particularmente, são referências fundamentais dos temas, na literatura científica internacional.  Atualmente (2012) com 88 anos e ainda em atividade científica, ajudou a formar várias gerações de médicos e cientistas na Bahia. Praticamente fundou e ajudou a estruturar e depois dirigiu os primeiros laboratórios científicos instalados na Bahia, tanto na Universidade Federal da Bahia quanto em institutos de pesquisa, e por muito tempo atuou nas agências de financiamento à pesquisa do país (como o CNPq).

Foi professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia entre 1953 e 1984, onde alcançou os títulos de Professor Titular em 1974 e de Professor Emérito em 1985. A excelência de sua atividade docente foi reconhecida pelos alunos, razão pela qual foi Paraninfo e Professor Homenageado de diversas turmas de formandos do curso médico. Entre 1984 e 1994, ocasião de sua aposentadoria compulsória, foi Pesquisador Titular da Fundação Oswaldo Cruz do Ministério da Saúde1. Atualmente, é Chefe do Laboratório de Patologia Experimental (LAPEX) do Instituto Gonçalo Moniz (FIOCRUZ) e Professor Permanente dos Cursos de Pós-Graduação em Patologia (UFBA-FIOCRUZ) e em Imunologia (UFBA)2.

Foi o  primeiro diretor do Centro de Pesquisas Gonçalo Muniz. Pesquisador, tem mais de 262 trabalhos publicados, que foram citados mais de 2300 vezes, com um fator H de 26, além de 34 capítulos de livros e a edição de três livros. É referência nos estudos sobre a esquistossomose e a Doença de Chagas. Entre suas homenagens destacam-se o Prêmio Alfred Jurzykowski da Academia Nacional de Medicina em 1972 além do Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia do CNPq em 1984.

Responsável pelo avanço do conhecimento da patologia das doenças parasitárias endêmicas. Dentre suas inúmeras publicações destacam-se três que ilustram a importância de sua contribuição científica:

1) sua Tese apresentada no concurso para Professor Titular, na qual estudou o sistema de condução do coração na Doença de Chagas através da análise de cortes seriados, cujo os dados obtidos representam até os dias de hoje a melhor análise dessa importante correlação anátomo-funcional.

2) Um dos seus trabalhos mais citados na literatura especializada, sendo assim seu trabalho de maior impacto, com a colaboração de Kenneth Warren, realizado em fígados de camundongos infectados pelo Schistosoma mansoni. Esse trabalho resultou no estabelecimento de um novo modelo experimental, simples, que passou a ser usado por muitos pesquisadores para explorar fatores e mecanismos envolvidos na modulação imunológica;

3) O terceiro trabalho realizado em colaboração com o então acadêmico Aluízio Prata, descreve a forma hepática avançada da esquistossomose que cursa sem esplenomegalia. Publicado há muitos anos, passou despercebido até que o uso das novas técnicas de imagem revelou que tal forma clínica é relativamente freqüente nas áreas endêmicas de esquistossomose no Brasil e no Egito3.

A esquistossomose é uma endemia mundial. Atualmente, no Brasil, as prevalências mais elevadas são encontradas nos estados de Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Minas Gerais, Bahia, Paraíba e Espírito Santo. Na Bahia, ainda existem cerca de 170 internações e 40 óbitos/ano. Todavia, suas publicações não esgotam a importância de sua contribuição à ciência, em particular à de nosso país. De fato, o que mais sobressai de sua longa caminhada é a escola de patologia das doenças parasitárias que criou através da formação de muitos discípulos, hoje distribuídos nas mais diferentes partes do Brasil. O Professor Zilton Andrade foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Patologia e da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, nas quais mantém forte e respeitada atuação. Ao longo de suas atividades, desenvolveu duas linhas de pesquisa principais ditadas pelos materiais de suas observações em salas de autópsia. Uma é sobre a esquistossomose e a outra sobre a doença de Chagas.

Posse do Doutor Zilton Andrade na Academia Nacional de Medicina. Fonte: Fiocruz

Posse do Doutor Zilton Andrade na Academia
Nacional de Medicina. Fonte: Fiocruz

O reconhecimento da excelência de seu trabalho se reflete nos numerosos prêmios, honrarias e títulos que lhe foram outorgados, dentre os quais podem ser destacados: Prêmio Alfred Jurzykowski da Academia Nacional de Medicina em 1972; Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia do CNPq em 1984; Membro da Academia Brasileira de Ciências; Membro Honorário da Sociedade Latino-Americana de Patologia, Membro Honorário da American Society of Tropical Medicine and Hygiene, Membro Honorário da Sociedade Argentina de Cardiologia, Membro Titular da Academia de Medicina da Bahia, Prêmio FIOCRUZ/SIGMA-PHARMA em Doenças Infectuosas e Parasitárias; Grã-Cruz da Ordem Nacional de Mérito Científico e Comenda Euryclides de Jesús Zerbini da Sociedade Brasileira de Cardiologia. A esses, hoje se acrescenta o título de Membro Honorário da Academia Nacional de Medicina, a mais antiga instituição cultural de nosso país4.

Como citar esta página: – Brazil, T.K. (organizadora), Silva, A.B.; Costa, M.F.D.. Zilton de Araujo Andrade. Museu Interativo da Saúde na Bahia. Disponivel em: https://www.misba.org.br/heroi/zilton-de-araujo-andrade/. Acesso em: 19/04/2024 10:04:38.